De onde vens, Angola?

© Paolo Pellegrin, 2006

Esta imagem, datada de Maio de 2006, é da autoria do repórter fotográfico Paolo Pellegrin. É um rapaz da Magnum Photos que foi ver o lado de trás da capital angolana. O triste lugar chama-se Bairro da Boa Vista. Irónico, não é? E, lá dentro, há gente como eu e tu.

A reportagem de Pellegrin foi motivada pela epidemia de cólera que grassa em Angola. Tomei a liberdade de traduzir as palavras do repórter. E o jornalista diz o seguinte: “Desde Fevereiro de 2006 que Angola atravessa a pior epidemia de cólera de que há memória no país, com 33 mil casos registados e mais de 1.200 mortes. Dos 16 mil casos ocorridos na capital angolana, Luanda, mais de 13 mil foram tratados pela organização Médicos Sem Fronteiras. A epidemia rapidamente atravessou as fronteiras de Luanda para entrar nas províncias. Até à data, 11 das 18 províncias têm casos relatados. O surto da doença irrompeu do Bairro da Boa Vista, um dos mais pobres bairros de lata do centro de Luanda. Ao longo de 30 anos, durante e depois de 23 anos de guerra civil, Luanda registou um aumento significativo da sua população urbana, com especial incidência nas zonas degradadas. Luanda foi atingida de forma particularmente grave por esta epidemia: mais de metade das pessoas infectadas vivem na capital e 20 por cento das mortes aconteceu aqui. Não há um único canto nesta vasta cidade que tenha sido poupado pela epidemia”.

Um dia depois nada mudou

Retiro os óculos e proponho-me, mais uma vez, avançar perante esta página em branco. Desafios infinitos me esperam. Paisagens, sons, ventos, augúrios, amores, desamores, portas abertas, montes, mares... E não sei o que dizer neste momento. Bloqueio, enclausurado sob os muros que eu próprio criei em meu redor. E que, contudo, me protegem.

Mas, afinal, o que procuro? Que palavras pretendo descobrir, que pensamentos? - O acaso?, o ocaso? Que papel desempenho eu neste teatro, erguido e encenado pela minha própria mão? Que desfecho encerrará esta peça?

Para quando o fim de todo este enredo?

para já!

(Um dia depois nada mudou...)

Bitaites

Há sempre um momento de lucidez que nos acontece. Sou, mesmo que assim não me considere, um "blogueiro". E, nestas artes, também há mandamentos. E estes merecem toda a atenção.

Um abraço para o "multibraços" Marco Santos.

Pequenas pausas

© meninazul. fevereiro 2006. ne me quite pas

Faço pequenas pausas nos meus milagres. Sou ainda jovem e procuro, sem fugir, todas as coisas que não conheço e penso escuras. Todas as pequenas formas. Os movimentos da mão. Enfim, tudo por que uma adolescência tardia se admira.