Território de lobos



Soalheira, Outubro, 2010



Descanso em território de lobos e ovelhas. Entre pinheiros bravos e colossos de granito. Sento-me e o sol avança mais um pouco, senhor da vida toda, do momento. Que saudades hei-de eu ter destes instantes, quando o futuro vier comprar-me o que não tenho...
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Outro passo, novo rumo


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Sinto apertados os cabelos. Passa-me um vento invasivo sobre a face. Encolho os olhos para os proteger desse intruso ainda silencioso e invisível. Nasce o arrepio. Dei dois passos entretanto, pisei um novo chão, tracei um rumo. Amadureci na vida. Foram dois segundos, apenas, dois segundos. E tudo mudou. Serei já outro nesse entretanto imperial, invisível também mas presente como nenhuma outra presença. Fosse a minha vida numa arena e eu protestaria da injustiça dessas regras do jogo que dão ao adversário o poder de não se dar a ver, de atraiçoar, de bater sem pré-aviso e de com isso me fazer mais velho, mais fraco, menos presente. Outro passo, novo rumo. Mas, afinal, ando perdido?
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