Que feito foi deste cigarro?

Quem somos a mais do que somos? Para além do corpo a que demos um nome? Para além de nós mesmos? A dúvida impera e mascara a angústia permanente em que, por força, se transforma. Em caixa ressonante. Somos a constante reticência. E essa armadilha, a armadilha do corpo, escondemo-la connosco. Na dúvida. Nessa maresia de não saber. Numa tontura efervescente que não cessa. Algum cansaço depois da caminhada. Alguma dúvida. Ainda. Subsiste. Põe-se o sol. E eu abro um novo maço de cigarros. Um cigarro. Na mão. Aceso. Incandescente e moribundo desde a nascença. Que feito foi deste cigarro?