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Sinto apertados os cabelos. Passa-me um vento invasivo sobre
a face. Encolho os olhos para os proteger desse intruso ainda silencioso e
invisível. Nasce o arrepio. Dei dois passos entretanto, pisei um novo chão,
tracei um rumo. Amadureci na vida. Foram dois segundos, apenas, dois segundos.
E tudo mudou. Serei já outro nesse entretanto imperial, invisível também mas
presente como nenhuma outra presença. Fosse a minha vida numa arena e eu
protestaria da injustiça dessas regras do jogo que dão ao adversário o poder de
não se dar a ver, de atraiçoar, de bater sem pré-aviso e de com isso me fazer
mais velho, mais fraco, menos presente.
Outro passo, novo rumo. Mas, afinal, ando perdido?
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