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e eu choro antecipadamente o teu regresso
todas as lágrimas se despem, felizes
da espuma do futuro que lhes dás...
e o corpo que carrego revigora, feito
do sangue bombeado em fulvo espasmo.
aguardamos a morte na distância
tacteando imagens sobre sombras
e a muralha a construir entre beirais.
choro antecipadamente o adeus que lançarás
ainda antes de que chegues à partida
o fruto caído aos pés da torre
não acredita que as margens unem pontes.
recebo-te com adeuses, que te vais
chegando, mais, mais longe. mais.
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(trecho do poema «13 dias»)