Respiração inconsciente

Há horas em que a minha consciência não me pertence. Não sou seu dono. Sou, sim, seu comandado obediente e subjugado. Quando assim é não sou eu quem por mim age, quem por mim se movimenta. Entro num transe seduzido e sem retorno.

É quando a noite se faz ao mundo e se ouvem uivos de lobos mansos ao longe, ecoando na gândara sob o corpo da lua.

Estar vivo, nesses momentos, é não sentir que se vive, é respirar sem consciência disso, é estar sentado diante de uma parede e imaginar o mundo em movimento nela. Estar vivo, então, é ter os olhos fechados e ver perfeitamente. Perfeitamente.

Assim como quem olha e vê.

JEO

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