Mar em ondas

A minha Mãe


Sai-me do corpo uma ténue lembrança da cidade
Fujo dali como quem pode alcançar a sapiência
Deixando para trás a altivez, toda a ciência
Diluindo nesta coisa de estar longe a humanidade.

Vim reconhecer-me numa praia pejada de humidade
Onde não há vozes que se oiçam, só as ondas
E essas dizem: “Encontra-te por dentro, não te escondas
Do que sempre foste desde a mais pequena idade”.

Da musgosa memória dos arquivos não me fio
Nem da pura lã virgem das minhas camisolas
Agora rente ao mar as breves ondas são corolas
Molhando as lombadas dos livros pelo estio.



3 comentários:

  1. A D.EMILIA GRANDE MULHER SABE O FILHO QUE TEM.

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  2. E o filho sabe a grande Mãe que tem!

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  3. Caro Joaquim E. Oliveira
    O blogue "paixões e desejos" dedicado ao cinema, mudou-se para "A Memória do Cinema".
    Para lá chegar basta clicar na foto do último post do "paixões e desejos"

    PS- Magnifico este poema.

    Cumprimentos cinéfilos
    Paula e Rui Lima

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