As margens unem pontes

#
e eu choro antecipadamente o teu regresso
todas as lágrimas se despem, felizes

da espuma do futuro que lhes dás...
e o corpo que carrego revigora, feito

do sangue bombeado em fulvo espasmo.
aguardamos a morte na distância

tacteando imagens sobre sombras
e a muralha a construir entre beirais.

choro antecipadamente o adeus que lançarás
ainda antes de que chegues à partida

o fruto caído aos pés da torre
não acredita que as margens unem pontes.

recebo-te com adeuses, que te vais
chegando, mais, mais longe. mais.
#


(trecho do poema «13 dias»)

Sem comentários:

Enviar um comentário