Não é hoje. Nem talvez nunca. Mas não é hoje o quê? Que decisão tenho de tomar? O que tenho de fazer? Quais são as minhas próprias directivas? Sentir o vento? Dar uma volta? Ter uma casa? Será? Será esse o meu desiderato?
Não, não é isso que quero para mim. Quero apenas chegar a um sítio qualquer onde me sente e olhe e mansamente diga, de mim para mim, 'Boa tarde'.
olá!
ResponderEliminarchegar àquele lugar, longe de tudo e de todos e ser possível dizer tenho o meu mundo na palma da mão, enquanto olho o horizonte em busca da ilha perfeita.
aos domingos no "paixões e desejos" vamos iniciar as nossas "sessões de cinema", esperamos que gostes.
um abraço cinéfilo e bom fim-de-semana
paula e rui lima
e mesmo se tivesse o desacordo do mundo
ResponderEliminarsempre diria que são possíveis as tardes inteiras
e assim uma mesa com cabeça entre as mãos
não o vício ordenando a existência
mas uma casa desejo
uma casa como as pernas da heroína dum filme que vi
o som era o do grave violoncelo
e no centro pessegos cor da pele
assim a subir pela tarde como se fossem deusas
e só por isto seriam já possíveis e inteiras as tardes inteiras
e não me refiro às tardes do comercio ao domingo
ou às de janeiro a dezembro bingo
não
essas nem nunca foram tardes inteiras
e inteiras tardes também não
sim
o que digo destas tardes está assim por dentro daquela lei que desobedece a todas as leis
e às vezes é só um breve instante
um passaro à beira dum regato
e doutras o silêncio que enlouquece se lhe viramos o rosto
fico pois assim muito quieto
tardes inteiras assim a matar a morte
e não porque seja agora essa a tal noite à tarde
mas porque também como aquela tarde sou inteiro
e por aqui quero assim estar
iii
zech