Quero uma janela à minha
porta
um halo de luz
determinado
quatro margens de um rio
envidraçado
quero com calma
perceber a minha cruz.
Quero uma montanha deitada
à minha sombra
num jardim desta cidade
que beba água do rio
emoldurado
quero o vergão da palavra
ronronada
pedindo sono ao colo que se dobra.
Quero o grito verde dos
pinhais
assobiado no escuro do medo
dos silvos e dos troncos
incendiado no verão dos
condenados
quero a chama acesa desse
inverno
carvão soprado, a ponta do
meu dedo.
Quero a distância de um só
salto
a lúgubre conquista
no raso campo da batalha justa
seara de corpos trespassados
quero a vitória cantad’à
janela
e que nenhum dos quatro ventos
lhe resista.
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