As horas

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Onde vives tu

meu sangue

meu rio

meu ar constante


Onde acabas

é de onde  o teu fôlego

de que universo vem

a tua seiva


Sabe-me

sabe-me por dentro

diz o meu nome

diz-me o voo do insecto

diz-me a noite


Como contas os dias

quando acordas


Leva-me

dos meus medos

de mim mesmo

de onde estou

das minhas horas


Salva-me

de ser ainda cedo

do meu sangue

do que digo


Reclama para ti

as minhas mãos

o meu cabelo raro

aqueles passos


Sê meu alimento

a minha água

o meu caminho


Deixa avançar sobre o castelo

todas as armas

o inimigo

o fim da glória


Silêncio amado

acorda

que amanheço.
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(também aqui)

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