Desinfectadas almas

Amarrar esse escritório de escombros e gavetas é o que é preciso que se faça. Atacar. Desarrumar a turba feita de urros, desfeita de sentido. Adormecer sem ordem nem sossego. Volúpia celeste, incandescente e fria. Sussurrante. Penetrada. Renascer. Vede-vos. Ofegantes desse exercício de marear corpos e peles. Miseráveis carícias. Impenetráveis cadáveres de prazer. Frígidas frigideiras. Mingau. Pó de talco. Arroz sem bicho. Limpinhos esses corpos. Desinfectadas almas.

Foto (c) Joaquim Eduardo Oliveira, Tricolori, Lisboa, Junho, 2008

Sem comentários:

Enviar um comentário