No centro de mim

Abate-se uma nuvem de lágrimas sobre a cidade. Corpos de mulher abarcam os meus olhos. Completos, esses gestos. Movimento. Ritmo sob as lágrimas da chuva.

Dentro da cidade triste escorrem passos incontáveis. Rostos, ilusões e miragens. Máquinas urram no espaço, dominam, à passagem, os meus ouvidos assombrados. Distraem-me dos corpos das mulheres. E passam, numa constância que enerva.

Não vou chegar a tempo ao meu destino. Passam-se as horas. Perco o espaço que me resta. O compromisso que fiz comigo. Dei-me um limite que devo cumprir. Até à hora marcada, no centro da cidade das nuvens de lágrimas.

No centro de mim.

JEO

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